segunda-feira, 22 de março de 2010

Oscar Wilde

Aprendi, semana passada, que não existem coincidências na vida!

Neste post aqui eu expliquei um pouco sobre a minha obcessão afinidade com Oscar Wilde.
Na sexta feira, em uma aula da faculdade que não tinha assistido (faltei três sextas feiras seguidas ¬¬), o professor estava falando sobre Dandismo, e na hora estalou O Retrato de Dorian Gray na cabeça. Ele começou a citar Wilde de maneira fervorosa, e eu lá, sentada, de olhos arregalados.
A gente sempre aprende, mesmo sabendo muito.
Ele contou que quando Wilde escreveu De Profundis, ele estava preso por cometer homossexualismo com um menor de idade (isso eu já sabia), e que na prisão, sendo obrigado a realizar trabalhos pesados, recebia uma folha de papel e um lápis por dia, e foi assim que ele concluiu essa obra tão chocante (isso eu não sabia).
A versão que eu tenho é de um livro de bolso, que vem com De Profundis e A Balada do Cárcere de Reading juntas, maravilhosamente juntas. As traduções variam, e para quem já leu o escritor (talvez erroneamente) mais famoso do Brasil, Paulo Coelho, já deve ter lido a passagem de A Balada em um dos seus livros (creio eu que é As Valkírias).
Nesta obra, Wilde escreve sobre o sofrimento de um homem que, por matar o seu amor, foi condenado à morte. Adoro.
Um trecho para vocês terem noção de como ele escrevia bem:


"Sabia qual o pensamento perseguido
Que lhe estugava o andar,
E por que demonstrava, ao ver radiante o dia,
Tanta angústia no olhar;
O homem matara a coisa amada, e ora devia
Com a morte pagar. 


Apesar disso - escutem bem - todos os homens
Matam a coisa amada;
Com galanteio alguns o fazem, enquanto outros
Com face amargurada;
Os covardes o fazem com um beijo,
Os bravos, com a espada!


Um assassina o seu amor na juventude,
Outro, quando ancião;
Com as mãos da Luxúria este estrangula, aquele
Empresta do Ouro a mão;
Os mais gentis usam a faca, porque frios
Os mortos logo estão.


Este ama pouco tempo, aquele ama demais;
Há comprar, e há vender;
Uns fazem o ato em pranto, enquanto que um suspiro
Outros não dão sequer.
Todo homem mata a coisa amada! - Nem por isso
Todo homem vai morrer.


Não vai morrer um dia a morte de vergonha
Num escuro traspasso;
Nem há de Ter um pano a lhe cobrir o rosto,
E no pescoço um laço;
Nem através do chão vai atirar os pés
Para o vazio do espaço."



















Ele era extremamente elegante. Escrevia divinamente.
Foi morto pelo preconceito. 

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