quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Artigo Científico (vulgo TCC)

Aiiii que sono!

Vim trabalhar ontem e hoje na Biblioteca, o que me dá um sono e uma fome desgraçados. Não troco o Arquivo pela Biblioteca por nada na vida, sem contar que aqui tenho que atende associados legais e associados chatões. Mas, deixando a parte trabalhística de lado, vim aqui hoje falar escrever sobre o Artigo Científico que é "obrigatório" para que eu conclua a faculdade de História em dezembro.

Primeiro a gente tem que escolher um tema, de preferência, um em que tenhamos fontes. As fontes nada mais são do que escritos ou fotografias produzidos pelo homem, mas não é sempre que são fáceis de se encontrar.
Sempre que eu pensava no Científica, pensava em fazer algo relacionado à História Antiga, que é a minha paixão. Maaaaas entendi rápido que não dá pra ter fonte de um lugar que eu não tenho disponibilidade de ir. Por exemplo: se eu quisesse falar sobre como as imagens das tumbas dos faraós da XIX Dinastia expressavam o meio de vida deles, eu teria que viajar ao Egito e colher informações lá. Sonho na vida, mas impossível no momento.

Como eu trabalho no Arquivo Histórico do Clube Esperia, tenho contato diário com mais de 15.000 documentos; o Clube foi fundado no final do século XIX, mais precisamente em 1899, por 7 imigrantes italianos; então, a partir de vários documentos, pode-se ter acesso a informações sobre a imigração, a classe a qual esses italianos pertenciam, qual era a maneira deles não perderem sua cultura ao chegar em São Paulo, como o esporte era fundamental para o contato com seus patrícios, entre outro inúmeros assuntos, que poderiam virar o meu Artigo Científico.

Levei isso em consideração, já que não queria ter muito trabalho na hora de procurar por fontes, porém, a classe social do Clube Esperia sempre foi formada por indivíduos abastados, que não eram daquela italianada doida que organizava greves, que era  a que eu queria mais informações.
Meu grupo e eu abandonamos a idéia de trabalhar com o Esperia.

A Melissa, uma das integrantes do grupo (formado por ela, Tatiane e eu) teve a idéia de trabalharmos com a questão dos leprosos hansenianos.. Na époa que isso foi pensado, eu achava que leproso hanseniano era uma pessoa sem pedaços do corpo, que poderia me deixar igual a ele só de me olhar. Mais uma vez aprendi que não devemos ter um conceito pré estabelecido sobre nada na vida! A Hanseníase é uma doença que tem cura e que não faz caírem pedaços do corpo de ninguém; 
" Existem dois tipos principais na manifestação da doença: a hanseníase cutânea, que causa perda de sensibilidade na pele progressivamente nos locais em que há manchas; já com a hanseníase nervosa há grande dor, manchas e nódulos no corpo do enfermo; o ataque do bacilo causa deformidade nas áreas com perda de sensibilidade. Quando a doença está incubada, manchas aparecem e somem tempos depois; geralmente não são levadas com grandes créditos pelo portador da doença, já que ficam neste sistema de aparecerem por alguns períodos e desaparecerem logo. A hanseníase pode causar ulcerações pelo corpo do doente, assim como atrofia muscular e lesões nos ossos e articulações, o que pode modificar, permanentemente, todo o corpo do enfermo."
Isso é um trechinho do nosso Projeto, que eu escrevi.
O nosso trabalho não fala sobre a hanseníase, não é trabalho de medicina. O Projeto fala sobre a exclusão dos portadores de doenças contagiosas e o envio dessas pessoas a Instituições Asilares, elas querendo ou não, perdendo assim os sues direitos primordiais, como ir e vir, ter um lar com seus familiares, votar, viajar, ser. 
Essas pessoas foram levadas para vários lugares diferentes; o nosso trabalho é sobre a inauguração do primeiro leprosário adequado a essas normas, o mais antigo de São Paulo, o Hospital Colônia Santo Ângelo, em Jundiapeba, cidade que o sogrão mora. O leprosário tinha cinema, escolas, prefeito, campo de fuitebol; era uma verdadeira cidade. Tive a oportunidade de visitá-lo no domingo passado. Agora ele se chama Hospital Doutor Arnaldo Pezzutte Cavalcante, e conserva as áreas praticamente sem nenhuma alteração, mas ainda não foi tombado pelo CONDEPHAAT, o que é uma vergonha pena.
Acontece que nosso Científico é composto de duas etapas:
- elaboração e aprovação do Projeto
- desenvolvimento do Artigo
No momento, já escrevi sozinha escrevemos o trabalho e a aprovação será dada, se todos os Deuses quiserem, na quarta feira que vem. Aí vamos saber se o nosso Projeto possui as condições necessárias para ser desenvolvido. Tomara que dê tudo certo!
Depois eu apareço por aqui para contar como foi! Beijos, pípol.

1 comentários:

Unknown disse...

Adoro esse projeto de "vocês". Acho que é um tema maravilhoso e a maneira como o voltaram para sua àrea é muito boa. Boa sorte (yn)

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